
Brasília, 06/06/2025 – Uma operação coordenada pela Polícia Civil de Santa Catarina (SC), com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e das Polícias Civis de outros oito estados, foi deflagrada, nessa quinta-feira (5), para desarticular uma organização criminosa especializada na prática de crimes de estelionatos e lavagem de dinheiro.
A Operação Veritas Pecuniae resultou no cumprimento de 31 mandados judiciais em nove unidades da Federação: Bahia (BA), Goiás (GO), Maranhão (MA), Pará (PA), Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC), São Paulo (SP) e Tocantins (TO). Também foram apreendidos veículos e aparelhos eletrônicos em empresas de fachada. Quatro pessoas foram presas.
O resultado do trabalho de investigação da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de Santa Catarina começou quando foi descoberta a existência de uma estrutura criminosa voltada à prática de fraudes e ao ocultamento de ativos ilícitos em diversas regiões do País. Policiais rastrearam o destino de R$ 100 milhões de um empresário catarinense preso por dar golpe com venda de carros na Grande Florianópolis.
A ação teve e operacional e logístico do Projeto Impulse, iniciativa do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc), coordenado pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do MJSP.
O diretor da Diopi, Rodney da Silva, ressaltou que a operação reforça a estratégia do Ministério da Justiça e Segurança Pública de intensificar o enfrentamento ao crime organizado por meio da integração das forças policiais, da capacitação técnica e da utilização de inteligência financeira para enfraquecer a base econômica dessas organizações.
“Essa é mais uma ação integrada que mostra a importância da cooperação entre as Polícias Civis dos estados e o apoio do MJSP. O foco é atacar a estrutura financeira das organizações criminosas, retirando delas a capacidade de agir”, afirma o diretor da Diopi.
Investigação
A Operação Veritas Pecuniae começou a partir da prisão de um empresário catarinense que tinha lojas de carros em São José e Biguaçu, na Grande Florianópolis. Ele foi preso em 2021 por vender carros para a região e para outros estados por meio das redes sociais e não os entregar.
Antes de ser preso pelo golpe de carros, ele ficou três meses foragido. Quando a polícia teve o às movimentações bancárias do empresário, viu que ele tinha R$ 21 milhões na conta — R$ 3 milhões das vendas para vítimas de Santa Catarina e R$ 18 milhões de vendas para outros estados.
No entanto, a investigação percebeu que, ao todo, ele havia movimentado cerca de R$ 100 milhões para outras contas. Foi esse montante que motivou a operação, que investiga o grupo por estelionato e lavagem de dinheiro.